segunda-feira, 23 de abril de 2007

Capítulo 17


Capítulo 17

Bloqueio angelical



Seiya e Shiryu caminhavam lentamente por um novo caminho. Após atravessarem o portão de ferro, eles se depararam com outro imenso salão da mesma forma que o anterior. Ele também possuía altos pilares por toda parte e dessa vez o perfume de rosas havia aumentado, o que poderia significar estar próximo do objetivo final. Ele era bem iluminado, mas uma coisa os atrapalhava. Era uma forte nevoa, que os impediam de verem o que se encontrava a seguir.
Seiya e Shiryu se encararam por um breve segundo, e concordando um com o outro, eles seguiram em frente correndo. Enquanto corriam eles avistaram uma pequena luz no fundo do salão coberto pela nevoa. A cada segundo a luz foi ficando maior, até que...
Eles são arremessados para trás com tudo.
- O que foi isso? – perguntou Seiya no chão intrigado.
- Foi um ataque na velocidade da luz... – disse Shiryu incrédulo ao lado do amigo.
- Acham mesmo que eu vou deixar vocês darem mais algum passo? – perguntou uma voz feminina, que soou como um objeto cortante.

Muito longe dali, no santuário da Grécia, Marin e Shina são surpreendidas por cinco vultos que se aproximaram lentamente do templo de Atena. Shina deu um passo à frente para recebê-los.
- Onde vocês se meteram? – perguntou Shina irritada, quando eles finalmente chegaram próximos.
Na verdade eram os outros cinco cavaleiros de bronze: Jabu, Ichi, Geki, Ban e Nachi.
- Calma aí, pra que todo esse stress? – perguntou Jabu impressionado.
Shunrei rezava pacificamente que nem percebeu a chegada deles, enquanto Marin também se aproximou.
- Vamos, respondam! Vocês precisam me dar um forte motivo, para desaparecerem assim, e abandonarem a guarda do santuário! – exigiu Shina raivosa.
- Bom, o que aconteceu foi o seguinte... – começou Jabu muito serio. – A verdade é que não lembramos de nada, quando acordamos estávamos todos em Star Hill.
- Como é que é? Star Hill? – repetiu Shina intrigada.
- Isso mesmo! – respondeu Jabu concordando.
- Star Hill é o monte sagrado, usado apenas pelos grandes mestres meditarem... – disse Marin de repente. – É proibida a subida de qualquer pessoa que não seja um grande mestre ou um deus.
- Eu sei que é, mas o que podemos fazer? Não tivemos culpa... – defendeu-se Jabu.
- Assim que acordamos, viemos diretamente pra cá, para vê se estava tudo certo. – disse Ichi com seu jeito medroso e estranho.
- Então, está tudo bem? – perguntou Jabu repentinamente assustado.
- Bem... – começou Shina. – Tudo o que sabemos é que Atena partiu para um lugar chamado de Jardins suspensos sozinha. Seiya e os outros também foram para lá, em busca dela.
- Serio...? – perguntou Nachi, tomando a fala.
- Nos dê mais detalhes... O que foi que aconteceu? – insistiu Jabu.
- Só sabemos isso... – finalizou Marin.
- Estou com um mau pressentimento... – disse Jabu olhando para o horizonte.
- Não podemos fazer nada, além de esperar e acreditar neles.
- Tem razão, é tudo que podemos fazer no momento.


Outra vez de pé, Seiya e Shiryu puderam ver, quem os atacara. Era alguém que eles nunca tinham visto antes. Na verdade era Íris, que estava na frente deles, exibindo toda a sua beleza, abrindo suas duas longas asas prateadas.
- Quem é você? – perguntou Seiya perplexo.
- É preciso mesmo...? – perguntou Íris sorrindo.
- Você está tentando nos impedir de seguir em frente? – perguntou Shiryu.
- Ainda tem alguma dúvida?
Os dois se calaram.
- Vocês não podem passar deste ponto.
Eles estavam tão impressionados, que nem viram a nevoa desaparecer. O caminho não era tão longo como eles pensavam, na verdade era a nevoa que os iludiam. No fundo do salão, (que se encontrava a poucos metros deles.) havia uma porta.
- Veja Shiryu, a saída! – mostrou Seiya ao amigo.
- O caminho é bem mais curto do que imaginávamos...
- Vocês não podem passar por aquela porta. É lá que a majestade descansa e não gosta de ser incomodada. Portanto... MORRAM! – Atacou Íris repentinamente:
– REFLEXO DE LUZ!
Outra forte rajada de luz atingiu os garotos, que são arremessados outra vez.
- O que houve? Por que não reagem? Sei que podem enxergar um ataque na velocidade da luz...
- Não posso... – falou Seiya se levantando flexivamente. – Não posso lutar com uma mulher...
- Não seja ridículo! Veja-me como uma adversária, não como uma mulher... - Íris atacou outra vez – Tomem isto:
- REFLEXO DE LUZ!
Imediatamente Shiryu tomou a frente, protegendo-os com o seu escudo do dragão.
- Seu escudo não agüentara muito tempo. Veja só:
- LANPEJO DE CORES!
Sete raios coloridos, (Precisamente das cores do arco-íris.) em forma de garras, saíram de sua mão direita. Os raios despedaçaram o escudo de Shiryu completamente.
- NÃO...?! – Shiryu gritou incrédulo. – O escudo do dragão...
- MORRAM! RECEBAM O ATAQUE MAIS FORTE DE IRIS, A DEUSA DO ARCO-IRIS:
- SUSPENSÃO CELESTE!
Raios infinitos de luzes caíram do céu, e invadiram o salão, atingindo Seiya e Shiryu. Com todo o impacto do golpe supremo de Íris, os dois se ajoelharam e por fim desabaram derrotados no chão.
- Esse é todo o poder dos guerreiros de Atena? – perguntou Íris olhando para os seus corpos derrotados.
Quando já ia se retirando, Íris é surpreendida por alguém que adentra repentinamente na sala.
- Espere! – Era Shun.
- Quem é você? – perguntou ela ainda de costas.
- Isso não importa agora... – Shun parou repentinamente ao ver os corpos de Seiya e Shiryu caídos no chão um pouco a sua frente – AMIGOS... – ele se aproximou dos amigos. - O que você fez com eles?
- Ora, só mostrei que eles não são dignos de enfrentar uma deusa. – debochou Íris.
- Então é isso... – Shun falou lentamente – Será que eu sou digno?
Íris sorriu brandamente.
- Não sou um deus, mas posso lutar em igualdade com eles...
Íris sorriu mais ainda.
- Onde você bateu com a cabeça para dizer uma sandice dessas?
- Estou falando serio. Poderia ao menos olhar-me nos meus olhos? – pediu Shun seriamente.
Apesar de tudo Íris obedeceu. Virou-se para encará-lo.
- É então?
- SANTO DEUS! – Íris assustou-se.
Shun não deixou de sentir no fundo uma felicidade por aquilo.
- Mais isso é... – Íris perdeu a voz. – Uma kamui...
- Vejo que poderá mudar de idéia... – falou Shun tentando manter um sorriso.
Íris não deu o braço a torcer.
- Melhor assim... – começou ela. – De igual para igual é uma luta digna, se bem que...
- Eu ainda tenho vantagem... – interrompeu Shun.
- Qual? – perguntou Íris com um sorriso de deboche.
- A justiça está do meu lado, o que significa que a vitória sempre é dos justos.
Íris pareceu não acreditar no que acabara de ouvir.
- Onde está escrito isso? Quem decretou essa lei? – caçoou ela.
Vamos ver isso agora... – Shun fez postura de ataque.
- Andei me informando sobre você – falou ela sem mais nem menos. –, você é um cavaleiro muito sentimental, tem certeza que quer lutar mesmo comigo?
- Não tenho escolha não é?
- Seus amigos não tiveram coragem de me atacar, por que justo então você?
- Meu irmão me ensinou a lutar como um homem e não desistir nunca. Confesso que não me sinto bem lutando contra meus inimigos, principalmente com uma mulher. Também aprendi com ele que se tratando do mau, o sexo não importa... – Shun hesitou por um momento. – Não vou decepcioná-lo.
Íris bateu palmas.
- Nossa que emocionante, to até com vontade de chorar...
Shun não gostou nada da sua reação.
- Caro Andrômeda, nem tudo que o seu irmão diz ou faz é o correto, não é mesmo?
- O que disse?
- Fênix, não é aquele guerreiro fiel que você acredita ser...
- Conhece o meu irmão? – perguntou Shun chocado.
- Sei tudo sobre vocês! – disse ela em disparada.
Shun empalideceu.
- Apesar do meu irmão não está aqui junto de nós combatendo nesse desafio, não significa que ele não seja fiel a Atena...
- Oh, claro... Alias, duvido que ele venha...
- O que está insinuando?
- Bom, você é o único cavaleiro vivo que invadiu os jardins, portanto não faz mal te contar a verdade. Vou te matar em breve mesmo.
Shun ficou paralisado.
Pelo que vejo, o Hyoga ainda não chegou...
- Cisne? – perguntou Íris animada. – Tenho certeza que ele não vem.
- Ele prometeu que viria, eu acredito nele! – disse Shun inconformado.
- Acho que ele está se lamentando até agora...
- Mas por quê?
- Lembra do Castor, o guerreiro misterioso que estava usando a armadura da ilusão?
- Como posso ter esquecido dele? Aquele cavaleiro escondia muitos mistérios...
- Na verdade, quem estava por trás daquela mascara, não era ninguém, ninguém menos do que o seu querido e amado irmão Ikki...
- IMPOSSIVEL!? – Shun ficou atordoado e incrédulo com a revelação.
- Não, não é... – disse Íris com satisfação. – Na verdade foi fênix que causou tudo isso. O seu querido irmão, foi o responsável por tudo!
- Isso não é verdade... – Shun não aceitava essa hipótese. – Está me dizendo, que o meu irmão Ikki, voltou a lutar no lado do Mal?
- De certa forma, sim...
- Não pode ser... Exijo uma explicação...– O coração de Shun bateu aceleradamente.
Íris respirou profundamente, como alguém que teria uma grande difícil missão a seguir.
- Escute garoto, Ikki teve a mente e o coração dominados.
- O QUE?
- Isso mesmo, foi muito fácil manipular o Ikki, pois no fundo do seu coração, havia um sentimento negativo esquecido. Ikki se aliou ao lado do bem, mas antes disso, ele fez muitas maldades, algo que não pode ser apagado de uma hora para outra. Infelizmente algo inesperado aconteceu: Ikki estava recuperando a memória aos poucos, apesar do forte poder que o dominava. Ikki foi enviado para o santuário para eliminá-los imediatamente, sem dar nem uma palavra...
- Quem fez isso com o meu irmão?
Íris pareceu não ouvir, e ignorando a pergunta prosseguiu:
- A cada segundo que passava, Ikki ia se recuperando da manipulação, mas nem mesmo ele percebia. Ele resistia inconscientemente, por instinto. Chegou o momento em que ele contou a vocês todo o nosso segredo: Onde estava localizado o nosso templo até o modo de como chegar lá. Descobrindo a traição, vossa majestade retirou a sua proteção divina. Ikki estava tão confiante que o ataque do cisne fosse revidado por ele ser um “deus” que acabou sendo surpreendido pela força máxima da execução aurora. No entanto é provável que há esta hora, ele já esteja morto...
- NÃO, ISSO É MENTIRA! – Shun lutou para não acreditar, mas sabia que Íris não estava mentindo. Ele via isso no fundo dos seus olhos.
- Posso te provar se quiser!
- Então prove!
Íris olhou para Shun e se aproximou dele. Ela uniu as duas mãos, formando um pequeno circulo com a união dos dedos. Um brilho reflexivo formou um espelho, e nesse espelho se via o santuário da Grécia.
- Muito bem – falou ela finalmente. – Está vendo?
- Esse é o santuário da Grécia?
- Isso mesmo! Onde eles estavam lutando mesmo...?
- No inicio, próximo à destruída mansão de Áries. – respondeu Shun abatido.
Íris moveu as mãos até chegar ao inicio do santuário.
- IMPOSSIVEL! – berrou ela de repente.
Shun também viu o que a assustou: o local estava deserto, não havia ninguém lá.
Ela saiu da casa de Áries, até o templo final bem lentamente, prestando bastante atenção a cada detalhe. Chegando ao templo de Atena eles viram os cinco cavaleiros de bronze secundários, as duas amazonas e Shunrei, mas nada de Hyoga e Ikki...
- Onde eles se meteram? – protestou Íris preocupada.
Shun sorriu, começando a brotar uma pequena esperança no fundo do seu peito.
- MALDITOS, ONDE VOCÊS SE METERAM?! – protestou Íris mais uma vez, mais furiosa do que nunca.
- Podemos ajudar, Íris?
Dois vultos surgiram repentinamente na entrada do salão...


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